mato a saudade?

Bom dia Saudade,

vi a felicidade ontem

, desde então só você e muito pouca realidade.

Ouvi que nós andamos juntos

como carne, alma e pensamento.

Deve ser verdade

pois sempre que tropeço nela,

esbarro contigo em toda parte.

Diz pra causa do meu sorriso que vamos tomar um café juntos, olhando o mar de lembranças

Essa boba ciumenta disse da última vez que ia te matar

, mas não se preocupe.

se um dia você se acabar, não a procuro mais.

coração

Nada era mais caótico
até o momento em que tudo me foi dado

e encantado por esses momentos
abracei todos os meus amigos
beijei, desejei bom-dia, entreguei uma flor a cada um

e se isso pudesse continuar...
e se...num gozo...

num salto pela vida
embarquei nesse sonho, pra nunca mais acordar

meu sorriso estampado ainda está lá
nele, um olhar sincero leu: “não pertube!”

pois até que te escuto,
mas coração só sente, e muito
daí ter perdido os ouvidos ainda criança
e criança é até hoje

princípios da vida

a desconfiança perene
a frase oportuna
o espasmo
o amor encapsulado

a morte lenta, não consentida
o fetiche de ser outro

a surpresa

quando não for nada disso

habemus pensar

Se a oração é subordinada
certamente o presente é imperfeito

mais substantivo seria
se o sujeito 
entre cada oração,
entre adjetivos e predicados,
entender em nome próprio
que toda construção semântica
, todo significado, é leitura

os sujeitos ocultos
os parênteses vazios
descobertas em atos

erros que são vida
leitura que lava as culpas

função medo

juro que eu tentei te defender
mas você foge

e também avisa
protege

queria saber lidar
te fazer recuar

só faz as dúvidas brotarem
no ar

com um sopro gera tanto redemoinho
que nem sei se te quero,
sábio.

função medo off.

eu queria só entender
aponta o que não está dito
escuta o não visto
mistérios infantis velhacos se fazem sentidos

função medo on.

tantas certezas me levaram longe
mas enquanto lidar com a dúvida for o maior acerto
enquanto um sopro for maior que o aperto
vamos que vamos companheiro
com um pé atrás e os dois a frente, função medo stand by on side.

Passado é tanto tempo

Taquicárdicos os minutos
as vezes segundos
outras empatavam

em náuseas com o presente
vomitei todo meu passado
pra clarear a mente

sem visão do futuro
tive ceias no tempo curto
sem perda de tempo
não passo mais o tempo
nem ele me pede pra ser lembrado

momento de paz

segundos de paz
mas segundos passam

igualdades, equilíbrios falsos
tudo do mesmo balaio, todos grandes presentes
tudo um pouco de cada, todos presentes

cada estação com seu espaço
os dias ensolarados
as brigas em família
o abrigo inimigo

conflitos que se esquivam
e acertam


e todos passam